terça-feira, 5 de setembro de 2017

NAO AO DECRETO DO PRESIDENTE TEMER QUE ELIMINA A RESERVA DA AMAZONIA-RENCA

amazoniaProtesto pela Amazônia


Declaração da CCR, seção brasileira da Corrente Comunista Revolucionária Internacional -CCRI, 09 de setembro de 2017

Em 23 de agosto, o presidente Michel Temer extinguiu uma reserva ambiental de 46.450 quilômetros quadrados (17.800 milhas quadradas) - uma área equivalente em tamanho ao país nórdico Dinamarca - na área de fronteira entre o Pará e o Amapá, conhecida como Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca)

A região possui reservas minerais, incluindo ouro, ferro e cobre. Por exemplo, o governo tenta disfarçar a realidade afirmando que o decreto afirma que a eliminação "não exclui a aplicação de legislação específica sobre proteção de vegetação nativa, das unidades de conservação da natureza e das terras indígenas".

No dia seguinte do decreto do governo, o site da BBC denunciou que em março, cinco meses antes do anúncio oficial do governo, o ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou aos empresários daquele país que a área de preservação da Amazônia seria extinta, e que a sua exploração seria leiloada entre empresas privadas. 

O fim da reserva Renca foi apresentado pelo governo Temer durante um evento aberto em Toronto, a Prospectors & Developers Association of Canada (Associação de Garimpeiros e Desenvolvedores do Canadá (PDAC), juntamente com um pacote de medidas para reformular o setor mineral brasileiro, que inclui a criação de uma mineração nacional e Iniciativas para estimular o setor. 

Uma semana após a eliminação da reserva, o presidente Temer e sua comitiva foram para a China para melhorar o comércio exterior. A China é um grande comprador de commodities através do mundo e Temer aproveitará a oportunidade para anunciar a Pequim sobre as "boas novas".

O impacto negativo 

Em contraste, especialistas em questões ambientais Se posicionam fortemente contra este decreto, como Luiz J. Wanderley, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ e membro do Comitê Nacional de Defesa dos Territórios contra a Mineração , que declarou que a eliminação tem em primeiro lugar, um impacto político, e se for aceito, pressionará mais essas terras indígenas e as  UCs (Unidades de Conservação), abrindo outras áreas para a mineração, como uma  indicação de que o governo Temer irá relaxar restrições em áreas que ainda existem.

Mariana Napolitano, coordenadora do núcleo de ciência do WWF Brasil, afirma que o crescente interesse pela mineração na área poderia levar a uma redução nas áreas protegidas e à corrida do ouro, o que resultaria em uma explosão demográfica, mais desmatamento e contaminação de recursos hídricos com metais pesados, além da ameaça às populações indígenas tradicionais.

A resistência dos movimentos sociais 

Várias organizações não governamentais (ONGs) ligadas ao meio ambiente protestaram em 30 de agosto na Câmara dos Deputados contra o decreto que extingue a reserva. Em protesto Na Câmara, ONGs como Greenpeace, WWF-Brasil e SOS Mata Atlântica estavam presentes. Várias entidades feministas e do movimento negro e ambiental, entre outros, do estado do Amapá, escreveram um manifesto sobre a possível extinção da Reserva Nacional com o objetivo de denunciar o caso na mídia nacional e internacional.

A posição da CCR

O Brasil é uma semi-colonia, por isso está sujeito aos ditames dos países imperialistas. Nossa burguesia depende diretamente das Grandes Potências capitalistas. O capitalismo não morre de amor pelo meio ambiente. A implacável busca de lucro não só causa miséria, fome e guerras, como também a destruição dos recursos naturais do planeta, ameaçando as gerações futuras e até mesmo levando ao extermínio da espécie humana. Somente o sistema socialista, onde não há explorador e explorado, onde não há necessidade de destruir os recursos naturais, com a economia planejada, com o fim da desigualdade social, essa humanidade poderá sobreviver. O golpe de Estado que colocou o governo de Temer no comando do Brasil em 2016 demonstra claramente que não são apenas direitos sociais e direitos democráticos que estão sendo lançados ao lixo. O governo está pronto para praticar uma política de terra arrasada que também possui a intenção de devastação no setor ambiental  e a favor de grandes proprietários de terras e grandes corporações transnacionais. Portanto, nós do CCR rejeitamos fortemente o decreto do governo que extinguiu a reserva amazônica RENCA. Chamamos todos os trabalhadores e oprimidos, todos os movimentos sociais e partidos progressistas para se juntar a essa luta. A luta pelo meio ambiente deve estar ligada à luta pela sociedade.

• Pelo cancelamento do decreto que permite o fim da reserva RENCA!

• Pela a proteção de todas as reservas florestais no país!

• Pelo manejo sustentável das florestas na Amazônia e em todas as florestas do mundo, mas com um projeto socialista!


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